terça-feira, 20 de outubro de 2015

COMEÇO DE JOGO



1970 - 21 de junho. No Estádio Azteca na Cidade do México, com um público estimado em 108.000 pessoas, o primeiro tempo terminou empatado em 1 a 1. Ao final dos 90 minutos, o placar era de 4 a 1 para a equipe brasileira. O capitão Carlos Alberto Torres ergue a Taça Jules Rimet, entregue à equipe tricampeã, definitivamente. No sofá da sala, em Farroupilha, diante da TV explodindo, Érica dá à luz mais um futuro craque. Na semana seguinte, ela o registra, pai não declarado, e o deixa aos cuidados da avó. Naquela comunidade atrasada, sem família influente, ela não teria mais chances. O futuro a esperava bem longe dali! E, se foi...

                                                                    O pontapé inicial

Apesar de nunca ter sido o craque que se previa, Carlos Alberto, o Silva, também gostava de futebol, sem nem ao menos participar das peladas. A cada novo time que se formava, e ele era convocado, já ia logo avisando que não jogava nada. Mas, o pessoal dizia: né nada, o jogo é só de brincadeira, aqui ninguém joga mesmo. Lá ia, o Carlos Alberto! Dali a pouquinho, alguém lhe chamava: É, tá bom! Vai descansar, fica lá no banco, deixa outro entrar...

1989 - 21 de junho. Carlos Alberto Silva, pelo menos, não é só mais peladeiro de várzea. Ele é também um jovem habilidoso, que vive em uma chacrinha, na Serra Gaúcha. Além de produzir hortaliças para ajudar a vó, Lorena, ele garante uma pequena renda extra, na velha oficina, ao lado da casa, onde o avô trabalhava... até cinco anos atrás quando desapareceu sem pistas. Já que não havia explicação oficial, palpites eram incontáveis. Qualquer coisa era possível. Desde fugir com alguma pistoleira, ter caído em um buraco e morrido, capturado pela Mossad, até ter enjoado daquele lugar e, abandonando todos, ter ido buscar seu passado. Quem sabe?

Não bastasse isso, quando Carlos tinha 16 anos, um outro fato estranho acabou mudando sua vida. Aconteceu em um acampamento, desses que as escolas fazem no final do ano letivo. Um tumulto durante a noite causou pânico entre os alunos, e uma colega ficou horas desaparecida. Quando foi encontrada, ela parecia muito perturbada. Exames verificaram mais tarde que ela esteve grávida. Na polícia, ela afirma que foi capturada, por desconhecidos, mas depois ficou inconsciente. Ela nunca soube que estava grávida, ainda mais, que havia perdido o seu bebê.

Entre amigos, ela desabafou que havia duas criaturas tipo extraterrestres além de um casal de humanos, aonde ela foi levada. Com essa história, Carlos fica obcecado pela ideia de que o avô também fora abduzido, após algum contato imediato, e, desde então, passou a estudar casos de avistamentos de óvnis, e incidentes com alienígenas...

… Porém, não ao ponto de prejudicar o curso de mecânico, que concluiria no final daquele ano. Ele teve pouco contato com o avô, mas herdou a oficina bem montada, onde já consertava as motos dos amigos, para ir treinando. Além disso, o velho Arno deixou equipamento e apostilas de montanhismo. Carlos pôde algumas vezes participar de escaladas com o avô, com colegas e até servir de guia para os turistas de primeira viagem, que são comuns no local.

Região montanhosa, com inúmeras vias para alpinistas e exploradores de cavernas, a linha Müller, onde eles viviam, era pertinho de um ponto turístico dos mais conhecidos do Brasil, o Salto do Ventoso. Os visitantes buscam a região, por aventuras, boa comida e bebida. Muitos vêm de motos, algumas grandes, cheios de equipamentos e vaidades com suas performances. Carlos aprendeu muito compartilhando relatos que ouvia dos forasteiros e conhecendo as suas máquinas incríveis. O local não é muito agitado sempre, mas tem seus dias de grandes feitos.




Uma outra versão deste blog pode ser encontrada em:


http://ytcharuau.wix.com/nem-ovnis-nem-aliens


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qualquer pessoa pode fazer comentários!