quinta-feira, 15 de outubro de 2015

RELATÓRIO DE 1963 - 3



Em 1937, chegou uma convocação para Karlen. Ele recebia um salvo conduto numerado, sem nome. E, não havia menção sobre o motivo. O sargento da SS, que portava o documento, só andiantou que era uma reunião de cientistas. Lenk desconfiou que o assunto fosse a tinta anti-reflexo, que Karlen tivesse desenvolvido sem o conhecimento dele. Com as explicações de que o problema da radiação ainda não fora resolvido, Lenk presumiu, então, que poderia se tratar de alguma nova aplicação para a tecnologia do xerum. E, ficou furioso! Mas, disfarçou... Muito controlado, disse apenas que ele mesmo iria, pois tudo que se referia ao xerum, era única e exclusiva atribuição sua, a qual lhe fora delegada oficialmente. E, lá se foi ele levando toda a correspondência de Karlen. Lenk jamais foi visto na faculdade, e os comentários eram que ele havia sido designado para permanecer no local onde se realizavam projetos especiais.



A má notícia de Karlen sobre a tinta anti-reflexo, somada à opinião pessimista de Lenk, volta como ofício ao reitor, 15 dias depois da convocação, afastando Karlen do grupo de cientistas, e informando que ele seria designado para outras missões, nas fábricas. Sem ordem alguma, ele fez suas malas e se apresentou na Junkers, onde havia uma enorme demanda de Stukas. Ele foi muito bem recebido, por seus antigos colegas, pois havia muito trabalho a ser feito.

Em segredo, continuou suas experiências para o levitador. O primeiro protótipo que funcionou bem, usando a água leve e a nova resina, era feito com uma base de ferro, em forma de tripé, com um motor elétrico de enceradeira, ligado por uma extensão ao reostato na sua mão, e dali à tomada. Voltado para cima, um eixo girava duas cestas de arame, com uma mangueira cada, enroladas em espiral, contendo 5L de água leve. O conjunto, antes do reostato, pesava 3,6 Kg. A 100 rpm, nada! A 300 rpm, o aparelho ficou muito leve, podia levantá-lo com um dedo. Não fazia vento, nem qualquer tipo de pressão que se pudesse sentir. A 400 rpm, ele começou a se elevar, flutuando livremente. Então, a partir de 500 rpm, já havia força suficiente para decolar, atingindo muito rápido os 75 metros de cabo elétrico, que se dispunha para a experiência. Era mais água leve e maior a rotação, por isso o resultado foi melhor que na demonstração, dois anos antes. O reostato mais sensível do dispositivo contribuiu o funcionamento razoável.


Em 1938, Karlen ouviu falar de um experimento realizado na Silésia, que foi chamado die Glocke ou “Sino”. Diziam que era um tipo de aeronave não tripulada. As pessoas que estavam no local não conheciam o seu princípio de funcionamento, nem quem a projetou. Cada um se limitava à sua especialidade, eram técnicos em navegação, química, fuselagem, eletricidade, refrigeração, comunicações, etc. Sabiam apenas que um programa rudimentar tipo fonógrafo, permitia decolar, planar e aterrizar durante o teste. Rumores afirmavam que um componente radioativo, foi mal controlado, causando a morte de 60 cientistas. Podia ser fantasia, mas faria sentido se alguém estivesse trabalhando com o mercúrio etéreo, sem se preocupar com riscos.


Nos anos finais da guerra foram construídas grandes instalações subterrâneas, espalhadas pela Alemanha e países fronteiriços que foram anexados. Uma delas, conhecida como “Der Riese”, o Gigante, sob o Castelo de Ksiaz, designado para ser o novo Quartel General de Hitler, estavam aparelhadas com equipamentos industriais e ferrovia, prontas para construir as grandes naves discóides. O “Sino” teria sido construído dentro dessas instalações e testado nas proximidades, quando um desastre ocorreu, devido ao rompimento de um dos discos com mercúrio.


O projeto foi coordenado por Jakob Sporrenberg e executado pela equipe do General Kammler. Ambos desapareceram após a guerra, e nunca mais se teve notícia deles. Supõe-se que o Sino tenha sido destruído pelos Nazistas. Mas, especulam que o dispositivo, ou um novo modelo, foi capturado por americanos, pois houve um incidente em Kecksburg/EUA, com avistamentos por  várias testemunhas, do vôo e queda de um objeto semelhante, que teria sido recuperado pelos militares, em 1957. Há ainda quem acredite que essa tecnologia foi levada na fuga de alemães para a América do Sul. Era mais provável que fosse um projeto fracassado, e cancelado, mas depois desse evento, surgiram fuxicos sobre discos-voadores alemães (Reichsflugscheiben). A euforia da guerra havia criado muita expectativa sobre o assunto. Os especuladores previam naves maravilhosas, a voar pela futura Germânia. Fotos e desenhos mostram suas aparências.


Entre 1938 e 1942, Karlen vai trabalhar em diversas fábricas de material civil. Sua experiência de aviação, na Junkers, Lufthansa e Zeppelin, por algum motivo, já era tão apreciada.

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