Acreditando tratar-se de um híbrido novato, recrutado para trabalhar na base, o homem vem balançando a cabeça, e o conduz até uma sala, pedindo que um guarda lhe mostre o caminho. Carlos é levado a uma capela, onde há uma urna para cinzas, com uma etiqueta. Era o nome (verdadeiro) do avô. Então, estava morto! Carlos não consegue segurar a emoção estampada no rosto, nem as lágrimas. O guarda o deixa sozinho, retornando à sua função. Carlos senta-se em um banco de madeira. O ambiente vazio, inspira a reflexão. Mata no peito!
Ele
está absorto em pensamentos quando uma mulher que passava, entra e
se aproxima. Ela o observa por um tempo e, então, segurando-o pelo
braço, puxa a gola do casaco e apalpa-lhe o pescoço e a nuca.
Carlos está espantado com a atitude inesperada da mulher, e mais
ainda por sua fisionomia desconfiada. Ela aperta a mão e o arrasta.
As perguntas que ela fazia a ele, não eram entendidas. Carlos se
deixa conduzir, ainda carregando a urna, até um local onde outras
pessoas trabalhavam. A mulher parece chamá-las discretamente para
uma reunião.
Depois
de algumas tentativas frustradas de comunicação, aparece uma outra
mulher que fala espanhol. Carlos explica que só queria pegar as
cinzas do seu avô e ir embora. Muitas pessoas ao redor querem
respostas, a intérprete tenta organizar. Um homem mais velho queria
saber como o rapaz tinha achado aquele lugar. Carlos diz que foi,
graças a uma carta enviada pelo avô, que estava doente e não tinha
esperança de se despedirem pessoalmente.
O
velho disse que estava surpreso por Carlos ter conseguido chegar lá,
e que temia haver uma tragédia caso informações sobre aquela base
secreta fossem divuldadas ao público, ou pior, às agências de
inteligência das superpotências. Poderia haver um desastre nuclear,
de proporções apocalípticas. Carlos diz que também se surpreendeu
por não ter sido hostilizado. O homem se apresenta como lider dos
humanos insubmissos. O grupo não aprova o plano de expansão dos
áliens, pois além de pretenderem tomar o nosso planeta, nos
tornando os seus escravos, eles são muito prolíficos, e usando as
nossas mulheres, eles destruiriam os nossos ecossistemas, com a sua
explosão demográfica. Segura essa!
Carlos
diz que está preocupado, sabe que há uma única chance para impedir
o domínio dos áliens, que é a retirada das chaves especiais que
fazem funcionar a estação telepática, mas não sabe como poderia
ajudar. A própria tradutora completa a informação do líder. Ela
diz que a mulher que o viu na capela achou estranho o sentimentalismo
de Carlos. Foi por isso que ela examinou a nuca dele, procurando pelo
chip implantado, que todos os humanos híbridos daqui têm, para
reforçar o glóbulo de comunicação telepática que temos de
nascença.
Nós,
deste grupo, fizemos uma pequena cirurgia para retirar a parte que
faz recepção, assim somos livres para seguir ou não as sugestões
conscientes dos áliens, mas não recebemos as ordens inconscientes
que seriam obrigatórias e extremamente prejudiciais à espécie
humana. Infelizmente, não pudemos extrair o restante do chip, pois
perderíamos a consciência. Já foi tentado em voluntários! Eles
ficaram paralisados, e tivemos que recolocar do jeito que estava,
para a pessoa não morrer. O problema de ficar com essa parte, é que
os áliens nos detectam quando nos aproximamos deles. E, assim não
podemos entrar nas áreas restritas, aliás nós nem as conhecemos.
Não temos como pegar as chaves e acabar com esse domínio terrível.
Então,
o velho líder apresenta uma ideia. Como Carlos não é detectável,
poderia passar sem dificuldades nas portas automáticas. Muitos
humanos trabalham lá dentro, os mais radicais e de confiança, que
tem um código especial no chip. Por isso, Carlos não foi detido na
entrada da base. Como o alarme não foi ativado, os guardas
interpretaram que o rapaz estava autorizado a andar por lá. Os
áliens e os seus radicais humanos são muito frios, impessoais, e
confiam totalmente na sua tecnologia de controle e segurança.
Então,
após algumas orientações para lidar com as máquinas e os seus
operadores, Carlos avança em direção ao centro nervoso dos áliens,
passando pelas portas e pegando elevadores. Tudo corria bem, até se
deparar com uma placa metálica, mostrando o fim do seu caminho. Ele
procurava a Relaisstation ou Estação retransmissora, e encontrou.
Mas, também estava escrito na placa: Achtung - Im Rachen des
Vulkans, Tor luftdicht! Carlos anotou as palavras com uma caneta na
mão e voltou para pedir ajuda. Que bolada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qualquer pessoa pode fazer comentários!