Com os semblantes arrasados de todos, a moça traduziu. Era “Atenção. Na garganta do vulcão, Portão hermético!” E, isso significava que o único acesso às chaves salvadoras, seria descendo pela chaminé principal, que é na vertical, e depois entrando em um túnel horizontal, onde deve estar a estação. Ou, seja, impossível! Você teria que escalar o Osorno até o cume, carregando cordas com mais de 500 metros para fazer rapel.
Mesmo
com roupa apropriada para alta temperatura e máscara contra gases
tóxicos, se puder chegar às chaves, não aguentaria subir de volta.
Nós nunca sairíamos da base com os chips, e não temos condições
de comandar as naves deles, nem mesmo as menores. Já tivemos várias
tentativas fracassadas. É com elas que os áliens devem ter acesso
ao local, para manutenção.
O
grupo precisaria de outra sorte grande para voltar a ter esperança
de liberdade, como a que aconteceu quando descobriram que o estranho
visitante podia se aproximar da retransmissora. É nesse clima de
derrota que Carlos tira a sua carta da manga! Ele revela que tem uma
nave e pode chegar lá. Os alemães riem, dizendo que conhecem os
helicópteros. Eles mal conseguem pairar ao lado de uma parede
vertical, pois precisam de espaço para a circulação do vento; e,
além do mais, os menores têm dimensões maiores de 10 metros. Essa
chaminé, irregular, tem diâmetro entre 7 e 9 metros. Uma aeronave
dessas nunca poderia ousar uma tentativa.
Quando
Carlos explica que tem um disco voador próprio, de 5 metros, que ele
pode manobrar, o entusiasmo volta, e todos o ajudam a sair em
segurança da base. No dia seguinte, ele volta pilotando sua nave, e
com alguns percalços, chega ao túnel. Pousando, Carlos retira as
chaves da máquina e depois decola, subindo pela chaminé com
cuidado.
O
plano era sair de lá e sumir, com a urna de cinzas que já estava
com ele. Mas, quando está no topo do vulcão, regulando a bússola
na direção de sua casa, é visto de longe pelo piloto de um Haunebu
que estava chegando. Carlos acelera o máximo para se afastar do
local, mas o álien é muito ágil e se aproxima para vê-lo de
perto. Driblou 1, 2, 3! Não pisa na bola!
Enquanto
o álien o avalia, Carlos faz uma elevação a toda velocidade até
os 10 Km de altitude. O Haunebu não tem esta capacidade vertical por
causa do peso, mas em seguida estará no seu encalço. Carlos, então,
despenca do alto passando por cima do seu perseguidor, e ficando
atrás dele. Irritado o álien dispara o canhão 88 mm. O poderoso
projétil vem na direção, mas Karlen havia pensado nisso para os
seus Foo fighter, e sua nave simplesmente volta a subir, saindo da
rota em que seria alvejada. Ufa! Essa foi por pouco. Mas, Carlos sabe
que não vai escapar para sempre, precisa uma boa jogada. Cobre o
bobinho! Faz uma embaixadinha! Uma bicicleta!
Na
vinda para Puerto Montt, ele pôde ver duas bases aéreas argentinas,
um piloto inclusive fez contato visual. Como a Kleine é invisível
ao radar e viaja aos saltos, o Mirage não conseguiu seguí-la.
Carlos tomou uma decisão drástica, ele pretende procurar ajuda
entre os militares, e se dirige para a base mais próxima. Hábil, o
Haunebu manobra para seguí-lo. Se a Kleine fosse enquadrada, o
canhão de vortex poderia atingí-la. Seria o fim da aventura de
Carlos e a do seu avô, também. E, talvez, o álien ainda pudesse
recuperar as chaves, retomando o seu plano de expansão, pois aquela
sua arma estranha, apenas faz cair, a aeronave atingida.
Nesse
momento, surge um caça argentino. Toda aquela movimentação do
Haunebu acabou sendo registrada nos radares da defesa aérea, o tiro
do canhão 88 e a explosão automática do projétil, quando não
encontrou nenhum alvo, foram ouvidos em toda a região. Os dois
discos voadores seguindo em direção ao jato, e o alerta pelo rádio
sobre o uso de armas, faz o piloto argentino lançar um dos seus
mísseis. A nave de Carlos freia no ar, o míssel passa por cima, mas
o Haunebu, que passou direto, foi atingido na lateral, perdendo um
pedaço da fuselagem blindada. O álien, agora, se volta contra o seu
agressor e aciona o vortex. O jato é jogado para trás, e se
descontrola, entrando em parafuso rumo ao solo. O piloto ejeta,
salvando-se. Com outros caças chegando e o Haunebu sem boas
condições de dirigibilidade, o álien prefere voltar à base.
Carlos que já vai longe, em mais um salto, aproveita para tirar o
seu time de campo.
Pegou
na trave, e quase entra! Eu que não vou em bola dividida! De
repente, o garoto que só queria ter uma moto, acaba pilotando uma
máquina voadora fantástica, e sua primeira tarefa é ir a Patagônia
para enfrentar alienígenas para salvar a humanidade.
Uma outra versão deste blog pode ser encontrada em:
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