segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O DISSIDENTE - 4



Os diversos trechos da longa viagem, atravessando dois hemisférios, foram bastante penosos para os fugitivos da 2ª Guerra Mundial. As poltronas, sem capacidade de reclinar, foram amontoadas para caberem na sala de comando, o 2º andar do Haunebu. As quatro pessoas não tinham espaço para esticar as pernas e circular entre as poltronas.

No primeiro piso, a sala de máquinas estava abarrotada de suprimentos. Além dos que vieram da Alemanha, foram embarcados tonéis de álcool, para aumentar a autonomia sobre o Atlântico, e caixotes com sementes, que vinham sendo estocadas em Svalgard, há anos. Elas foram adaptadas ao clima Ártico, para poderem germinar na Antártica. Um pequeno banheiro químico, era o conforto que dispuseram durante o voo, que duraria as horas da noites em cada trecho.


Em grande altitude, o funcionamento dos motores de rotação dos anéis levitadores mantinha as instalações em temperatura adequada, mas não havia pressurização na cabina. As máscaras de ar comprimido eram eficientes para a respiração das pessoas, embora os ouvidos doessem. Por esse motivo, os protetores auriculares empregados na manutenção tiveram que ser retirados dos armários para distribuição a todos. Os motores também recebiam injeção de ar extra para não se afogarem.




Quando chegaram à Argentina, todos estavam exaustos, depois de passarem momentos difíceis em meio à escuridão da madrugada. A nave incandescente foi vista por um comboio aliado, que fez fogo antiaéreo contra ela, mesmo não sabendo do que se tratava. O comandante Lothar não perdeu tempo revidando, apenas acionou as turbinas e sumiu das vistas inimigas imediatamente. De qualquer maneira poderiam ter sido atingidos e abatidos. Algumas explosões próximas sacudiram a nave e danificaram um dos mecanismos da porta de acesso.


O deslocamento para as ilhas Príncipe Eduardo, no Oceano Índico, também foi complicado devido a um temporal perto das ilhas Malvinas. O concerto provisório, na porta danificada, não resistiu aos ventos, e muita água foi respingada no interior da sala de máquinas. A sala de comando não ficou exposta à chuva, mas estava muito frio lá dentro devido à falha no isolamento térmico no andar de baixo.




O pouso na ilha designada foi em meio à forte neblina. A sinalização planejada para a recepção mal era vista, mas foi comemorada com entusiasmo. Na verdade, um dos submarinos havia sido perdido na Polinésia. Era o U-859 que retornaria do Japão com preciosos itens de produção agrícola e de aproveitamento do mar. Uma perda lastimável, além das vidas de pessoas importantes para a causa. Um dos Haunebu também desapareceu, este na travessia do Atlântico, próximo a costa africana.



A permanência nessa ilha teria que ser temporária, pois era rota importante dos ingleses, ademais não havia fontes termais para sobrevivência prolongada dos viajantes. Um período lá, porém, foi previsto para organizar os meios e o pessoal para a ocupação da Base 211, na Nova Suábia. A preparação dos lotes e dos grupos, distribuídos sobre as pedras, foi iniciado em seguida. Não havia tempo a perder.

Protegidos apenas por lonas, com padrão de camuflagem semelhante a pedras e neve, não dispunham de combustível e alimentos a mais, caso houvesse atraso por causa de tempestades. O planejamento foi cumprido mesmo sob mal tempo e, em duas semanas, não havia mais vestígios deles e da enorme carga, na pequena ilha. As instalações na Antártica eram rústicas, mas estavam prontas para recebê-los, graças às atividades preparatórias que vinham sendo feitas desde 1939. 





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