terça-feira, 6 de outubro de 2015

A SALVAÇÃO DA HUMANIDADE - 2


Acreditando tratar-se de um híbrido novato, recrutado para trabalhar na base, o homem vem balançando a cabeça, e o conduz até uma sala, pedindo que um guarda lhe mostre o caminho. Carlos é levado a uma capela, onde há uma urna para cinzas, com uma etiqueta. Era o nome (verdadeiro) do avô. Então, estava morto! Carlos não consegue segurar a emoção estampada no rosto, nem as lágrimas. O guarda o deixa sozinho, retornando à sua função. Carlos senta-se em um banco de madeira. O ambiente vazio, inspira a reflexão. Mata no peito! 

 
Ele está absorto em pensamentos quando uma mulher que passava, entra e se aproxima. Ela o observa por um tempo e, então, segurando-o pelo braço, puxa a gola do casaco e apalpa-lhe o pescoço e a nuca. Carlos está espantado com a atitude inesperada da mulher, e mais ainda por sua fisionomia desconfiada. Ela aperta a mão e o arrasta. As perguntas que ela fazia a ele, não eram entendidas. Carlos se deixa conduzir, ainda carregando a urna, até um local onde outras pessoas trabalhavam. A mulher parece chamá-las discretamente para uma reunião.

Depois de algumas tentativas frustradas de comunicação, aparece uma outra mulher que fala espanhol. Carlos explica que só queria pegar as cinzas do seu avô e ir embora. Muitas pessoas ao redor querem respostas, a intérprete tenta organizar. Um homem mais velho queria saber como o rapaz tinha achado aquele lugar. Carlos diz que foi, graças a uma carta enviada pelo avô, que estava doente e não tinha esperança de se despedirem pessoalmente.

O velho disse que estava surpreso por Carlos ter conseguido chegar lá, e que temia haver uma tragédia caso informações sobre aquela base secreta fossem divuldadas ao público, ou pior, às agências de inteligência das superpotências. Poderia haver um desastre nuclear, de proporções apocalípticas. Carlos diz que também se surpreendeu por não ter sido hostilizado. O homem se apresenta como lider dos humanos insubmissos. O grupo não aprova o plano de expansão dos áliens, pois além de pretenderem tomar o nosso planeta, nos tornando os seus escravos, eles são muito prolíficos, e usando as nossas mulheres, eles destruiriam os nossos ecossistemas, com a sua explosão demográfica. Segura essa! 


 Carlos diz que está preocupado, sabe que há uma única chance para impedir o domínio dos áliens, que é a retirada das chaves especiais que fazem funcionar a estação telepática, mas não sabe como poderia ajudar. A própria tradutora completa a informação do líder. Ela diz que a mulher que o viu na capela achou estranho o sentimentalismo de Carlos. Foi por isso que ela examinou a nuca dele, procurando pelo chip implantado, que todos os humanos híbridos daqui têm, para reforçar o glóbulo de comunicação telepática que temos de nascença.


Nós, deste grupo, fizemos uma pequena cirurgia para retirar a parte que faz recepção, assim somos livres para seguir ou não as sugestões conscientes dos áliens, mas não recebemos as ordens inconscientes que seriam obrigatórias e extremamente prejudiciais à espécie humana. Infelizmente, não pudemos extrair o restante do chip, pois perderíamos a consciência. Já foi tentado em voluntários! Eles ficaram paralisados, e tivemos que recolocar do jeito que estava, para a pessoa não morrer. O problema de ficar com essa parte, é que os áliens nos detectam quando nos aproximamos deles. E, assim não podemos entrar nas áreas restritas, aliás nós nem as conhecemos. Não temos como pegar as chaves e acabar com esse domínio terrível.


Então, o velho líder apresenta uma ideia. Como Carlos não é detectável, poderia passar sem dificuldades nas portas automáticas. Muitos humanos trabalham lá dentro, os mais radicais e de confiança, que tem um código especial no chip. Por isso, Carlos não foi detido na entrada da base. Como o alarme não foi ativado, os guardas interpretaram que o rapaz estava autorizado a andar por lá. Os áliens e os seus radicais humanos são muito frios, impessoais, e confiam totalmente na sua tecnologia de controle e segurança.


Então, após algumas orientações para lidar com as máquinas e os seus operadores, Carlos avança em direção ao centro nervoso dos áliens, passando pelas portas e pegando elevadores. Tudo corria bem, até se deparar com uma placa metálica, mostrando o fim do seu caminho. Ele procurava a Relaisstation ou Estação retransmissora, e encontrou. Mas, também estava escrito na placa: Achtung - Im Rachen des Vulkans, Tor luftdicht! Carlos anotou as palavras com uma caneta na mão e voltou para pedir ajuda. Que bolada!


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