Dentro de uma esfera de aço há 1000 litros de água. E, para fora dela saem 20 pontas fechadas, cada uma com capacidade para um litro, mas vazia. Uma mola poderosa mantém um percussor cônico fechando a passagem, entre a esfera e a ponta. Esse formato permite que a água saia da esfera para a ponta, mas impede o seu retorno.
Por que a água comum, levada às profundezas abissais da Fossa Mariana se dividiu em dois tipos até então desconhecidos, um com densidade 1,02; e outro, só 0,02?
Bem, é certo que o fenômeno não ocorreria sem o xerum, nem fora do mecanismo específico. O que se pode imaginar é que, a água ou qualquer outra substância, a medida que se afasta da Terra, vai se encharcando de matéria escura até perder totalmente o seu peso. Ou, seja, não mais estaria submetida à gravidade do nosso planeta. Fora da órbita terrestre, ainda teria o Sol como eixo. Mas, ao sair do sistema solar, entraria na dança do universo, e tenderia a se dispersar, cada vez mais, como ocorre com todos os outros corpos celestes. Karlen entendeu desta forma a força anti-gravitacional.
Ele imaginou, então, que no caminho inverso, quando uma substância, sem peso no espaço, vai se aproximando da Terra, ou de qualquer outro objeto com grande massa, ela vai ganhando peso. Ou, seja, a cada momento é atraída com mais força, resultando em aceleração. A concentração cada vez maior da matéria, na atmosfera, no mar, e no subsolo, vai expulsando a matéria escura. E, não deveria haver invólucro, que impedisse o fenômeno de ganhar ou perder matéria escura. Até surgir o xerum!
Uma teoria razoável é a que o xerum não só absorve as ondas eletromagnéticas, impedindo que se reflitam de volta ao radar, como também é impermeável a algo que parece sair da água sob pressão, nas profundezas do mar, deixando-a mais pesada. Esse algo, soma-se à outra água, para torná-la mais leve. É coerente com o fato de um balão ficar mais cheio, conforme sobe. E, que tudo fica mais leve quanto mais se afasta da superfície da Terra. Na década de 30, Karlen só podia especular, observando a força da gravidade nas alturas dos Alpes, mas em 63, já tendo participado do projeto Sputinik, teve certeza que no espaço as coisas não têm peso, e se dispersam como se estivessem em um vácuo.
Além dos antigos filósofos gregos, alguns cientistas já cogitavam, na década de 30, a cerca de um fluído cósmico que preenche a maior parte do universo. Depois de Einstein, começaram a conjecturar que este fluido provoca a expansão da matéria (como nós conhecemos), com uma força que se opõe à da gravidade, passando a chamá-lo de matéria escura ou invisível. Karlen acreditava que foi isso que saiu da água mais pesada, 980 litros, e encharcou a mais leve, 20 litros. Interessante, foi saber que esse fluido pôde ser isolado a ponto de quase neutralizar a gravidade. Na época, denominou-o “ätherisch” ou etéreo.
Duas forças que interessam para explicar a levitação. Uma delas é a de atração da matéria, ou gravidade; a outra é a de expansão do Universo, ou antigravitacional. Sabe-se muito pouco, sobre o que as provoca. Acredita-se que sub partículas especiais como neutrinos e neutralinos interferem na dinâmica da matéria, fazendo-a se comportar de uma forma ou de outra. Ainda não pudemos imaginar o que aconteceria, se a concentração ou a dispersão máxima fossem atingidas. Mas, sabemos que o Universo estava totalmente contraído quando houve um Big Bang, que o fez se expandir ao ponto em que estamos. E, que continua se espalhando, cada vez mais rápido.
Era a crença geral que no espaço sideral, entre os planetas e estrelas, não há nada. Mas, é equívoco, pois onde se supõe que é só o vácuo, existe a matéria escura. Quanto maior a distância entre dois corpos, menor é a atração gravitacional. E, mais presente está a força de expansão ou de dispersão. No centro dos corpos massivos onde a pressão, ou força de concentração, é máxima, quase não há a matéria escura. Qualquer material exposto a grande pressão perde a sua matéria escura que flui para os níveis menos densos e, ela agora pode ser capturada no interior do Xerum.
Esse foi o princípio adotado para isolar a matéria escura, pela primeira vez, acidentalmente, em 1914, e para comprovação da técnica, em 1936.
A aparência da água super leve é a de névoa, leitosa, seca, e ainda não levita. Seu peso é um pouco maior que o do ar. Dentro de um balão de latex, revestido de nitrato de prata e xerum, ela flutua, se for tocada, e cai bem devagar. Esse revestimento, que deixa o balão espelhado, impede a perda do etéreo. Mas, sendo um fraco isolamento, o peso e a aparência normais da água voltam em alguns dias. Ao ser exposta ao ambiente, sem a barreira de xerum, a névoa se transforma em água normal borbulhando, imediatamente.
Um metro cúbico, mil litros de água saturada pesa apenas vinte quilos. Com o mesmo volume, o mercúrio saturado tem 272 Kg, em vez de 13,6 Ton. A 600 rpm, a água ergue uma tonelada, com a aceleração igual a da gravidade. Isso significa percorrer 1Km, e atingir 300 Km/h, em 10 segundos. A 900 rpm, o mercúrio ergue 13 Ton, com a mesma aceleração da gravidade. Já, a 2 mil rpm, soma-se um empuxo magnético extra, e a capacidade sobe para 25 Ton, com a aceleração de 3G. Ele quebra a barreira do som em 12 seg, a 1.250 Km/h e percorrendo 2.100 m. Nas décadas de 30/40, não havia tecnologia de comando e controle, para se lidar com uma aeronave desse tipo. Só o supersônico MiG 17, em 1950, teria alcançado um desempenho parecido.
A água só pode ser saturada de etéreo no fundo do mar. As experiências feitas com máquinas fracassaram devido à sua alta fluidez. Em tese é possível reproduzir as condições abissais, em laboratório, mas não vale a pena. O mercúrio também pode ser saturado no mar, mas é mais fácil por máquina. É claro que os dois processos são complexos e dispendiosos.
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